quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Seti veta 600 vagas de engenharia na UEL

Governo justifica decisão pela falta de recursos no orçamento

A criação dos cursos de engenharias química, mecânica e de produção, que poderiam ser oferecidos na Universidade Estadual de Londrina (UEL), não foi aprovada pela Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti). A decisão foi tomada na última sexta-feira e teve como justificativa a falta de recursos no orçamento do Estado, frustrando as expectativas da universidade e da sociedade civil organizada.
Segundo a reitora da UEL, Nádina Aparecida Moreno, em caso de aprovação, as aulas começariam em 2013. A reitora diz que, de imediato, seriam criadas 120 novas vagas na universidade e, após cinco anos, 600 novos estudantes estariam na UEL.
“Esses cursos trariam mais pessoas e indústrias para Londrina, geraria empregos, havia mais dinheiro circulando na cidade”, lamentou Nádina Moreno. “Além disso, o Estado se tornaria mais forte, novas pesquisas e tecnologias seriam desenvolvidas aqui.” A reitora informou que deve comunicar todos os conselhos da UEL antes de pensar em alguma medida.
Forte demanda na cidade, os cursos foram solicitados à universidade pela sociedade civil organizada, depois de um estudo que contou a participação da Associação Comercial e Industrial de Londrina (Acil) e do Sindicato das Indústrias da Construção Civil (Sinduscon).
Para o vice-presidente da Acil, Flávio Balan, a negativa da Seti representa perda de competitividade de Londrina em relação a outros municípios, próximos a Curitiba e à área portuária. “Por questões logísticas, as empresas acabam preferindo essas cidades. Caso os cursos fossem autorizados, teríamos como diferencial a mão de obra qualificada, seríamos um polo referencial”, avaliou.
Em entrevista ao JL, o secretário de Ciência e Tecnologia, Alípio Leal, afirmou que, hoje, a expansão dos cursos universitários tem sido administrada pelo governo federal, cabendo ao Estado a gestão e melhoria dos que já existem. “Para se ter uma ideia, estamos com dificuldades de reposição de professores e funcionários, então não temos dinheiro para expandir. Por enquanto, não temos expectativas com relação a isso”, revelou Leal. “As nossas universidades não precisam se tornar uma USP [Universidade de São Paulo], que é a maior do Brasil e é estadual. Com essa carência de recursos, não dá para criar novos cursos.”

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